Medianeira: GAECO faz condução coercitiva de oito pessoas por suspeita de fraude na saúde
Na manhã desta quarta-feira (26), equipes do GAECO estiveram em Medianeira, para averiguar uma suspeita de fraude na saúde pública.
Ao todo, oito pessoas foram levadas através de condução coercitiva até Foz do Iguaçu para prestarem depoimentos e esclarecimentos dos fatos.
A suspeita é de que um médico estava realizando fraude nos atendimentos e exames. Foram feitas buscas em um hospital, na casa do médico e na secretaria de saúde.
Haverá uma coletiva de imprensa com o GAECO, às 11:30 em Foz do Iguaçu para esclarecimento do caso.
O Ministério Público irá se manifestar apenas após os envolvidos prestarem seus esclarecimentos e depoimentos.
Os nomes ainda não foram divulgados pelo GAECO.
Atualização:
De acordo com o promotor e coordenador do Gaeco Tiago Lisboa, as investigações que indicam o esquema criminoso estão sendo feitas desde o fim de 2016.
“O médico recebeu de funcionárias da Secretaria de Saúde, a princípio de boa fé, senhas que usava para inserir no sistema consultas que em tese ele teria feito. Por meio de uma auditoria ficou constatado, no entanto, que parte destas consultas não eram realizadas. E ele se locupletava ilicitamente de recursos da Prefeitura de Medianeira”, explicou.
Uma auditoria da própria Secretaria de Saúde levantou dados de março e abril de 2015 apontando que o prejuízo pode variar de R$ 15 mil a R$ 20 mil com os pagamentos por procedimentos não realizados. Parte deste dinheiro teria sido ressarcido.
Segundo a promotoria, há indícios de que as possíveis irregularidades vinham sendo praticadas havia cerca de um ano o que pode ter gerado ainda mais perdas aos cofres públicos.
Conversas gravadas entre o médico e uma servidora revelam a preocupação com a possível descoberta do esquema fraudulento.
“Foram registradas mamografias. Muitas mamografias que foram registradas e algumas consultas que não foram relacionadas. E tá tendo uma auditoria. Os registros das mamografias foram feitos na sua senha e na senha da (nome suprimido). Presta atenção, tá? Eu já conversei com advogado, tudo, tá? Se perguntarem para você se você registrou qualquer consulta relacionada fora, você diga não”, recomenda o médico a uma funcionária.
“Fora do quê? Do meu horário de trabalho?”, questiona a servidora.
“Sim. Por que a gente fez fora das horas de trabalho, tá? A gente registrou mamografias fora do horário de trabalho”, explica o investigado.
Na operação, foram apreendidos documentos e computadores, que devem passar por perícia. As informações devem ser somadas aos depoimentos para a formulação da denúncia que poderá ser apresentada à Justiça.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informações e improbidade administrativa.
Áudio
Fonte: Guia Medianeira/G1 RPC