Pressionado pelas contas públicas, o governo não vê outro jeito e vai ter de aumentar as prestações do Minha Casa Minha Vida.
Quem confirmou o aumento na quarta-feira (13) foi a presidente da Caixa Econômica. O Ministério das Cidades afirma que a prestação da faixa das famílias de menor renda, até R$ 800, vai passar de R$ 25 para R$ 80, que isso vai valer para os novos contratos, da terceira fase do programa que ainda não começou.
“O salário mínimo subiu, ou seja, a renda das pessoas subiram, o valor dos imóveis também, o que valia a casa lá não é mais o mesmo valor que hoje, também subiu, então esse aumento da prestação está em linha com o crescimento da renda das pessoas e com o crescimento do imóvel. Ou seja, o subsídio continua o mesmo”, declara Míriam Belchior, presidente da Caixa.
A fonte desse subsídio para o programa é que tem mudado. Com o desajuste nas contas públicas, diminuiu o aporte de recursos direto do Tesouro Nacional.
Para as obras não pararem aumentou a participação de dinheiro do FGTS. No ano passado, o conselho curador, que administra o fundo, autorizou o repasse de recursos do lucro do FGTS para as construções de casas para as famílias de menor renda. Isso não exisitia antes.
Foram R$ 3 bilhões no ano passado e, para essa faixa de renda, neste ano vão ser quase R$ 5 bilhões. Detalhe: é dinheiro a fundo perdido, não vai voltar para o FGTS, que rende tão pouco para o trabalhador.
Outro dilema importante para o governo é como estimular a economia sem causar ainda mais danos à situação fiscal. A produtora, Juliana Lima, ajudou no levantamento. Nesta semana o presidente da Anfavea esteve com o ministro Nelson Barbosa para falar das dificuldades do setor e tentar emplacar o programa de incentivo para a troca de carros velhos.
O presidente da Anfavea ouviu que não há espaço para nenhum projeto que implique aumento de gastos ou subsídios. o setor automotivo ficou anos com o IPI reduzido, o que ajudou a alavancar as vendas. No ano passado isso acabou.
Outro exemplo: o governo também acabou com o PSI, um programa de financiamento via BNDES para a compra de máquinas e equipamentos para empresas com juros abaixo do mercado.
Foi um dos programas que, no ano passado, o governo deu uma pedalada, atrasou o repasse de dinheiro para o BNDES cobrir justamente essa diferença entre os juros subsidiados e os de mercado.
Fonte: G1