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05 de July de 2018
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A história de uma graça alcançada e a doação do Sino à Igreja Matriz de Medianeira

A história de uma graça alcançada e a doação do Sino à Igreja Matriz de Medianeira

Dia 31 de maio é comemorado o Dia de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, padroeira do município de Medianeira. É um dia especial para os católicos, que prestam sua homenagem àquela que os protege. Neste dia é realizada uma festa em homenagem a Padroeira, onde os fiéis firmam sua devoção.


Nós encontramos uma história, a poucos dias dessa data especial para os católicos e que merece ser contada. É a história relatada pela dona Lena Dall'Oglio. Ela diz que seu pai recebeu uma cura milagrosa por intercessão de Nossa Senhora Medianeira de Todas a Graças e, por meio do milagre seu pai fez a doação do sino que hoje está na torre da Igreja Matriz, no centro da cidade.


Dona Lena, os pais e os irmãos moravam numa vila, no interior do município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Seu pai, Irineu Dall’Oglio, havia adquirido um hectare de terra, para cultivar uvas, milho e outros cereais, mas como não dava o suficiente em alimentos para os filhos pequenos, comprou então, um caminhão e começou a puxar toras do mato para serem transformadas em tábuas e outras benfeitorias. Uma profissão bastante comum à época.


"No dia a dia, se alimentava mal e no decorrer do tempo surgiu fortes dores no estômago, que passou a tomar chás caseiros para aliviar as dores. Saímos de lá, vendemos todos os bens e meu pai comprou uma colônia no norte do Paraná, em 1951, próximo do Município Guaporema. Iniciou-se uma nova vida como agricultor. Uma parte foi plantado café e outra era pastagem. Papai comprou algumas cabeças de gado e vivíamos muito bem", relatou.


Resgatando a memória bonita que muitos medianeirenses não conhecem, Dona Lena disse que por volta de 1951 a 1953, seu pai foi ao médico, pois as dores persistiam. Em sua consulta, constatou-se uma úlcera grave no estômago. Na época com poucos recursos na medicina, o médico teria o 'desenganado' prescrevendo alguns medicamentos para aliviar as dores. "Quando meu chegou em casa triste e abatido, minha mãe Victória Maria Merlo Bortolli Dall’Oglio perguntou preocupada: - O que tem meu velho? E ele disse: Fui desenganado, não tenho mais cura", revelou.
"Mamãe iniciou fervorosamente com meu papai, a novena de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Papai de imediato prometeu a Nossa Senhora, que se ele melhorasse daria um sino para a igreja. Qual foi a surpresa, num retorno ao médico, ele o examinou e disse: - Você está curado! Só pode ter sido um milagre de Deus! Voltando para casa feliz contou para mamãe a notícia que recebeu", contou dona Lena.


Um dos pioneiros de Medianeira, Ângelo Darolt, cunhado de dona Lena, que segundo ela, em uma das visitas que ele fez à sua família, convidou seu Irineu e toda a sua família para morar em Medianeira, no ano de 1957. "Papai vendeu o sítio e viemos morar aqui neste município, que amamos muito. Chegamos no início da colonização; e neste período, meu cunhado Ângelo Darolt foi nomeado prefeito de Medianeira. Da alegria de ser curado, meu pai viu a possibilidade de dar um sino maior para a Igreja Matriz, que tinha o nome de Nossa Senhora Medianeira".


Atualmente, o sino todo em bronze, permanece em uso na torre da Igreja Matriz. Na época ele foi colocado na torre da Igreja Antiga. O pai de dona Lena comprou o sino em Porto Alegre-RS, e no ato foi gravado o nome dele: Irineu Dall'Oglio. De Porto Alegre, fretou um caminhão para trazê-lo até Medianeira. "Mas hoje, eu Lena Dall'Oglio, sua filha, trago este pequeno relato, dessa história verdadeira e que deve ser compartilhada para os que ficaram como herdeiros. Muito obrigada, Jesus, muito obrigada Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças", ressaltou emocionada.


Dona Lena mora em Medianeira e participa ativamente da Igreja, inclusive indo até as casas de pessoas doentes para fazer orações. Guarda e se emociona com as lembranças da sua família. Ao mostrar fotos antigas, revelou o quanto é orgulhosa de sua história, sempre citando papai e mamãe como muito carinho. Embora em uma época de completo desenvolvimento, olhar uma foto de Medianeira bem no início de sua colonização nos faz pensar como o tempo guarda na memória histórias como essa e muitas outras de seus pioneiros. Ao me despedir de dona Lena, olhei pela janela e vi uma relíquia, um fusca de 1969, vermelho, em perfeito estado. Dona Lena carrega consigo não só as lembranças, mas sim um dos bens que era do pai. "Isso era do meu papai. É antigo, não vendo, está carregado de sentimentos. Lembrança dele. Um dia espero encontrar os dois, sei que eles devem estar cuidando de mim", despediu-se.


As fotos da galeria são recordações antigas de dona Lena, seu pai, sua mãe e do sino quando foi transferido para a torre da nova Igreja Matriz.


A história de uma graça alcançada e a doação do Sino à Igreja Matriz de Medianeira
A história de uma graça alcançada e a doação do Sino à Igreja Matriz de Medianeira
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