02 de maio de 2017
Paraná Banco
As dificuldades de quem enfrenta o problema

As dificuldades de quem enfrenta o problema

A obesidade é uma doença crônica definida pelo excesso de gordura corporal. Ela ocorre quando a ingestão calórica é maior do que o gasto calórico. Fatores que podem influenciar no acúmulo de peso corporal podem ser genéticos, culturais e ambientais.


Segundo a OMS, hoje, no mundo, mais de 1 bilhão de pessoas estão acima do peso, e 300 milhões já são considerados obesos. As dificuldades enfrentadas por essas pessoas vão desde a ida a restaurantes até a dificuldade em encontrar roupas e artigos com tamanhos maiores.


Segundo a vendedora Rita Tomazeli, as roupas ainda não são a maior dificuldade. “O pior é o preconceito, principalmente quando criança e na adolescência. Gostaria que não existisse essa coisa de um ser mais do que o outro, que todos fossem tratados como iguais”.


Para o auxiliar técnico Otair Camargo, conhecido como Pisco, “o preconceito é grande. Normalmente para uma entrevista de emprego você não é nem chamado. Em restaurantes é complicado, porque geralmente não tem cadeira adequada e os garçons não são bem preparados para te atender. Isso nunca me desestimulou. Isso porque não sou encanado, porque se fosse, não sairia de casa”. Pisco acredita que até o fim do ano ele fará a cirurgia. Nos próximos dias será submetido a testes psicológicos e passará pelos exames de saúde.


Um fator preocupante da obesidade são as doenças e distúrbios desenvolvidos. Dentre eles estão o diabetes, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e osteoartrose, entre outros, ocasionando, assim, a diminuição da expectativa de vida. 


Além da atividade física, reeducação alimentar e psicoterapia, hoje existem vários tratamentos auxiliares à perda de peso. A acupuntura pode ajudar porque o acúmulo de gorduras ocorre em determinadas partes do corpo onde existe uma queda do metabolismo muscular. Existe também a cirurgia de redução do volume do estômago, alternativa nos casos de obesidade mórbida, quando o excesso de gordura coloca em risco a saúde da pessoa.


Cirurgia de redução de estômago


A técnica começou a ser mais utilizada nos últimos 4 anos, quando o Sistema Único de Saúde (SUS), passou a cobrir esse tipo de intervenção. Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas chegam a ficar 6 anos na fila de espera e a operação é considerada apenas 30 % do tratamento. O pós-operatório é o mais complicado, pois as pessoas passarão a cuidar da alimentação para o resto da vida.


A estudante Camila Campos tem 20 anos, e aos 18 passou pela cirurgia, quando pesava 134 quilos. Ela sofria de hipotireoidismo, um distúrbio que inibe a queima de células de gordura. Ela afirma que a maior dificuldade em ser obeso é a falta de auto-estima. “O que é mais complicado de lidar é com o aspecto emocional. Hoje a sociedade impõe padrões de beleza, e se você não pertence a esse padrão, acaba sendo excluído”.




Camila pouco antes da cirurgia / Hoje, Camila está com 20 anos e perdeu 60 quilos com a cirurgia


Camila explicou como foi a cirurgia e o pós-operatório. “O estômago das pessoas tem capacidade para 1,5 litro. Com a operação, meu estômago passou a ter 50 ml, mas depois de dois anos, ele dilata um pouco mais e estabiliza em cerca de 200 ml. Durante um mês você só ingere líquidos. Após isso, tem mais um mês e meio com alimentação pastosa. Depois desse período é que você começa a acostumar com comida normal. O que foi bem difícil foi o período de recuperação. O primeiro mês é bem complicado. Olhar pro alimento e não poder comer é muito difícil”.


Fonte: S/ Fonte

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