A adesão de pessoas que buscam uma alimentação mais saudável na tentativa de resgatar um tempo que ainda era possível ter na mesa alimentos mais frescos, livre de agrotóxicos, é cada vez maior. É possível visualizar muito bem esta tendência no marketing verde, como por exemplo, um projeto lançado pelo Instituto BioSistêmico (IBS) chamado “Caravana Copa Orgânica Brasil 2014”, com patrocínio do Sebrae e outras empresas do setor privado que visa a difusão de conhecimento sobre a produção e o desenvolvimento do mercado de alimentos orgânicos, percorrendo os 12 estados do país onde ficam as cidades-sedes, da Copa do Mundo 2014.
Regionalizado esta tendência, procuramos a Feira do Produtor, localizada próximo à rodoviária de Medianeira. Este local abriga duas associações, a dos Agricultores Familiares e Ecológicos de Medianeira (Aafemed) e a dos Produtores Orgânicos de Medianeira (Aprome).
Nesta edição iremos falar somente da Aprome, que possui uma banca exclusiva de produtos orgânicos na feira. Com um jeito muito simples, porém, de um conhecimento surpreendente, encontramos o assessor técnico da associação Paulo Bussolo, que nos explicou o funcionamento da cultura orgânica em Medianeira.
Antes disso, é preciso explicar ao leitor o que tem de diferente da cultura orgânica para a convencional. “Os produtos orgânicos se diferenciam dos tradicionais pela maneira que são produzidos. Nesse tipo de cultivo estão proibidos agrotóxicos sintéticos, adubos químicos e sementes transgênicas. Animais são criados sem uso de hormônios de crescimento, anabolizantes ou antibióticos, em muitos casos são tratados com homeopatia e fitoterapia” explica Paulo.
Trabalhando com a cultura orgânica desde 2000, Paulo comenta que desde lá o trabalho não tem evoluído de uma forma constante, devido à pressão das culturas convencionais que trazem facilidades ao produtor, como também a logística do mercado de produtos convencionais, que é muito maior. “Em 2009 nós conseguimos este espaço aqui na feira e nossa realidade mudou, pois a nossa dificuldade em colocar nossos produtos nos supermercados foi minimizada através deste espaço. Hoje temos sete agricultores certificados pelo Ministério da Agricultura como produtor orgânico e mais oito estão em processo” cometa Paulo. Ele explica que estes produtores começaram a se sobressair dos convencionais. “Nós observamos que se tivermos o produto orgânico na banca, o consumidor opta por este, ao invés de levar o convencional. Com isso os agricultores começam a ficar mais animados, pois eleva a venda destes produtos, e consequentemente a renda familiar”.
Dificuldades
“Uma das grandes dificuldades para nós, produtores, é a questão dos insumos, principalmente sementes, pois não temos na região empresas qualificadas para produzir sementes orgânicas. Uma das ferramentas utilizadas pelo agricultor é a produção de sua própria semente e a troca entre eles, por exemplo, o produtor de Medianeira troca com o de Matelândia e assim por diante”, revela Paulo, explicando os motivos da lenta evolução em comparação as culturas convencionais.
A Feira do Produtor Rural funciona de segunda a sábado, tendo um horário diferenciado na segunda-feira que fica aberto até às 19 horas, e nas quartas e sábados abre 6 horas.
Fonte: S/ Fonte