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13 de julho de 2017
Aristides Calçados
Empresas exportadoras sofrem impacto do fechamento de mercados

Empresas exportadoras sofrem impacto do fechamento de mercados

As empresas exportadoras brasileiras de carne que não estão sob investigação já sofrem prejuízos.

Com tanta incerteza é impossível manter qualquer logística. “Se não resolver muito rápido, não vamos ter onde armazenar tanto produto”, destaca Irineu da Costa Rodrigues, presidente da cooperativa.

Metade de toda a produção de frango da cooperativa LAR em Matelândia, no interior do Paraná, vai para exportação.  A cooperativa, que não está sendo investigada pela Operação Carne Fraca, está com 38 contêineres parados no porto de Paranaguá. Outros 119 estão no mar e 25 parados na China. Isso dá cinco mil toneladas de frango, que equivalem a mais de US$ 10 milhões.

“Como esse produto não vai seguir o escoamento normal, nós estamos precisando e estamos fazendo uma operação de logística, achando locais para armazenar. Isso eleva nossos custos”, explicou Irineu.

E esse é apenas um exemplo dos prejuízos que o compasso de espera pelo fim da crise começa a gerar.

“São 23 milhões de aves por dia abatidas no Brasil; sete milhões delas se destinam ao mercado externo, um terço do mercado externo. Então, transforme isso na carga que vai. Às vezes temos no mar mil, 1.500 contêineres. Nós chegamos a ter, exportamos por ano, 210 mil contêineres de carne de frango”, comenta Francisco Turra, presidente da Associação de Proteína Animal.

O que preocupa os grandes atinge também os pequenos. O Brasil tem 210 mil famílias que criam frangos para as empresas e, das granjas aos portos, o clima é de muitas dúvidas.

O tempo é um luxo que essa grande cadeia de produção não tem a perder. Animais como frangos, porcos e bois têm prazo certo para criação, abate, processamento e congelamento das carnes. Como a capacidade de estocar tem limites, se o fluxo de exportações diminui, a produção e os preços podem ser afetados também.

“Se lá o importador paga uma análise, alguma coisa adicional, a cobrança é feita para o exportador. No caso, uma empresa brasileira”, afirma Turra.

“Num raciocínio bem simples, se nós ficamos parado um mês desse embargo, nós temos um prejuízo da ordem de aproximadamente U$S 270 milhões mensais. O próximo passo é cancelar abater, é mexer nas escalas de abate dos frigoríficos por uma necessidade”, explica Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira de Exportação de Carne.

Os representantes do setor estão levantando a situação de cada uma das empresas para saber exatamente a quantidade de carga no mar e parada nos portos do Brasil e dos países compradores. Eles acreditam que para resolver mais rapidamente a crise será preciso ir conversar pessoalmente e junto com o governo brasileiro.

“A sugestão nossa seria o início pela Ásia, indo para a China e para Hong Kong e depois países que são próximo, Egito, Argélia, nessa sequência”, comenta Antonio Jorge Camardelli.

Fonte: G1 - Globo

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