Policiais civis do Paraná realizam nesta quinta-feira (11) uma mobilização na qual atendem apenas ocorrências de flagrante e que necessitam de investigação imediata como desaparecimento, sequestro, homicídio e latrocínio.
Em Medianeira a situação é semelhante, os policiais estão realizando trabalhos internos, atendimento á população somente em casos emergenciais e serão 48 horas de paralisação, segundo assessoria da Polícia Civil de Medianeira.
Os agentes reivindicam concurso público para o cargo de escrivão e aprovação do novo estatuto da Polícia Civil. Eles pedem também a substituição de coletes balísticos vencidos.
O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), André Luiz Gutierrez, afirma que dois lotes de coletes estão fora da validade: um vencido há dois anos e outro vencido há um. Os coletes foram entregues a Divisão de Infraestrutura (DIE), e a previsão é de que os novos chegem em 10 dias, segundo o sindicato.
“A gente entende a questão financeira? A gente entende. O que a gente está pedindo que envolve dinheiro é só o que é de direito e que tá atrasado. Agora, a contratação de escrivão e aprovação de novo estatuto é algo que quem está precisando é a sociedade. Nós também, mas é algo que vai beneficiar principalmente a sociedade”, argumentou Gutierrez.
Ele reivindica ainda uma atitude do governo estadual quanto ao excesso de presos em delegacias e o pagamento de promoções e progressões atrasadas.
A mobilização começou na quarta-feira (10), e segundo o sindicato compromete o atendimento. Por outro lado, a Polícia Civil afirma que não há problemas nesta quinta-feira.
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná afirmou, por meio de nota oficial, que causou surpresa a mobilização do Sinclapol. Disse que no início deste mês de agosto, quando houve a primeira ação de paralisação da categoria, foi apresentado um cronograma de retirada de presos de delegacia que está em andamento e também o processo de compra de coletes balísticos.
Segundo a secretaria, as reivindicações de cunho salarial são discutidas com outras secretarias de governo.
Veja a íntegra da nota emitida pelo governo estadual
Sobre a paralisação de parte dos servidores da Polícia Civil, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná informa:
1) Causou surpresa mais essa manifestação promovida pelo Sinclapol tendo em vista que na semana passada (dia 1º/8), depois do primeiro ato de protesto, uma comissão foi recebida na Secretaria da Segurança Pública, apresentando todas as reivindicações de atribuição desta Pasta e também os pleitos de cunho salarial, remuneratório e readequação de tabelas salariais.
2) Em relação aos pleitos que dizem respeito à Secretaria da Segurança Pública, foi apresentado ao Sinclapol o cronograma de retirada de presos de delegacia que está em andamento e também o processo de compra de coletes balísticos. Essa semana foi finalizada uma licitação para a aquisição de oito mil coletes. Estes equipamentos estão sendo testados, por procedimento padrão do Exército, para na sequência serem recebidos – o que deve acontecer nos próximos dias. Sobre a retirada dos presos, as 14 de obras de construção e ampliação de unidades prisionais já foram iniciadas e devem abrir quase 7 mil novas vagas. Paralelamente a isso, o sistema penitenciário tem absorvido, semanalmente, presos das delegacias. Nesta quarta-feira (10), por exemplo, a carceragem do 5º Distrito Policial de Londrina foi completamente esvaziada após a transferência de 38 presos para a Penitenciária Estadual de Londrina II.
3) Os pleitos de cunho salarial, que terão um reflexo orçamentário, têm que de ser tratados com outras secretarias do governo, e não só com a Sesp – o que já foi explicado aos representantes do Sinclapol.
G1 Paraná com assessoria da Polícia Civil Medianeira
Fonte: G1 Paraná